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“VETAR FACHIN SERIA OPORTUNISMO ELEITORAL”
O relator da indicação de Luiz Edson Fachin ao Supremo Tribunal Federal no Senado, Álvaro Dias (PSDB-PR), saiu em defesa do jurista na sabatina realizada nesta terça-feira, 12, e afirmou que seria “oportunismo eleitoral” rejeitar seu nome.
“Seríamos indignos do apreço popular se, de forma oportunista, nos colocássemos contra (Fachin) apenas para alvejar a presidente da República no momento da grave impopularidade que ostenta”, afirmou o tucano, que tem defendido o nome do conterrâneo no Congresso.
Apesar de o PSDB estar contra o nome de Fachin, Dias está em campanha pelo jurista, a quem concedeu um parecer favorável em seu relatório apresentado na CCJ. Seu partido, no entanto, é contrário à indicação. O senador tucano resolveu apoiar Fachin depois de apelos que recebeu da sua base eleitoral, no Paraná. Apesar de ser gaúcho, o jurista fez carreira no Estado de Dias e é praticamente uma unanimidade no meio jurídico paranaense.
O senador pediu que a CCJ não coloque o interesse “motivado pela paixão político partidária” à frente do interesse público. Dias leu questões enviadas por internautas em sua página nas redes sociais, sempre defendendo o advogado. O tucano disse, por exemplo, que “em muitos momentos” Fachin esteve contra o PT.
Senadores da base apostam que o placar final da votação após a sabatina será de 20 votos a favor e 7 contra a indicação. Apesar da aprovação com folga estimada na CCJ, petistas têm demonstrado preocupação em relação à postura que será adotada pelo PMDB no plenário. Como a votação é secreta, os parlamentares consideram que fica mais difícil rastrear quem votou contra a indicação da presidente Dilma Rousseff no plenário, quando opinam os 81 senadores.
Aécio: “pedaladas” podem motivar impeachment
O senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), afirmou, hoje, que tem tido “muita cautela quando se fala de impeachment” da presidente Dilma Rousseff. Mas indicou que a confirmação pelo Tribunal de Contas da União (TCU) de que houve irregularidades com a prática das “pedaladas fiscais” – que podem configurar crime de responsabilidade – por parte do governo federal pode levar o PSDB a endossar o pedido de afastamento.
“Eu tenho tido muita cautela quando se fala de impeachment. Essa não é uma palavra proibida, impeachment é uma palavra constitucional, mas para que ela ocorra é preciso que haja algo factual, é preciso que haja caracterização de crime de responsabilidade”, disse Aécio, depois de participar de audiência pública sobre reforma política na Câmara.
O senador ressaltou, contudo, que o TCU limitou as irregularidades à equipe econômica comanda pelo ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, por utilizar bancos públicos para melhorar as contas da União. Segundo Aécio, é preciso apurar se houve responsabilidade acima de Mantega. “Os bancos públicos não podem emprestar para o Tesouro. E foi isso que, de forma maquiada, a última equipe econômica fez. Fez em benefício de quem?”, questionou.
O partido dos últimos dias
Rodando quase 1500 km no estado do Piauí, nem sempre com internet, vivi, como grande parte do planeta, o assombro da queda do avião nos Alpes. Um amigo mostrou um desenho circulando na internet: Lula batendo na porta da cabine de um avião, gritando: “Abra essa maldita porta!” É apenas um dos centenas de memes que circulam na rede. Mas impreciso. Dilma não quer se suicidar, nem deseja nossa morte.
Lula, se entrasse na cabine, não teria mais condições de controlar o avião. Os tempos mudaram, e, parcialmente, a crise brasileira é também produto de sua política. Numa pausa no Hotel Nobre (R$20 a diária com ventilador e R$40 com ar condicionado) abri a janela para noite da cidade de Castelo do Piauí e acho que compreendi melhor o rumo das coisas no Brasil.
Dilma perdeu a iniciativa na política. Quem impõe sua agenda é o PMDB. Pragmático, confuso, controlando o Congresso, o PMDB dá as cartas. Não sabemos aonde quer chegar. Percebemos apenas que marca Dilma para não deixá-la andar.
Dilma perdeu a iniciativa na economia. Foi necessário chamar um técnico, como somos obrigados a fazer quando máquinas e conexões desandam em nossa casa. Joaquim Levy conduz a política econômica, dialoga com o Congresso e, de vez em quando, inadvertidamente, critica a própria Dilma. O programa de isenção para estimular as empresas foi chamado de brincadeira que custou caro.
Numa palestra em inglês, Levy disse que Dilma nem sempre toma o caminho mais fácil para realizar as coisas e, às vezes, não é eficaz. A primeira etapa da frase parece-me até elogiosa: nem sempre escolhe o caminho mais fácil. Esse traço está presente em muitas pessoas que venceram adversidades, ou recusaram caminhos eticamente condenáveis.
Nem sempre somos eficazes como queríamos. Isto é válido para todos, de uma certa forma. O problema é que Dilma é presidente, e Levy, seu ministro.
Ministros não falam assim de seus presidentes, sobretudo quando se encontram isolados, são recebidos com batidas de caçarola ou perdem, vertiginosamente, a aprovação popular, ao cabo de uma eleição cheia de falsas promessas.
Domingo que vem haverá novas manifestações. O tema será “Fora Dilma”. Possivelmente, os manifestantes pedirão que leve o PT com ela.
Na minha análise, Dilma está saindo de forma lenta e gradual. Ao perder terreno para o PMDB, deixa, discretamente a política, onde nunca entrou com os dois pés. Ao escolher Joaquim Levy e definir um necessário ajuste econômico, perde terreno para o PSDB, que defendia uma correção de rumos.
Resta o campo social, área muito difícil de fazer avançar em tempos de crise econômica. Seu único trunfo é o PT, que combate a nova política e já está pronto a atribuí-la ao adversário, caso fracasse.
Dilma escolheu um novo secretario de comunicação. Ouço alguém dizer na rádio que uma das qualidades de Edinho Silva é acordar cedo e ler todos os jornais. A entrevista não esclarece se ele entende o que lê. Talvez tenha um pouco de resistência a políticos tratados no diminutivo. No entanto, nunca soube dos conhecimentos de Edinho na comunicação. Se as tivesse, já teria sido chamado, pois a crise já dura meses.
Creio que todos esses fatores fazem com que Dilma vá deixando lentamente a cena política, como a luz de um navio visto do cais, distanciando-se num oceano escuro. O partido dela acha, no meu entender com razão, que os mais vulneráveis devem sofrer menos, ganhar um tempo de adaptação à crise.
Mas o PT não faz nenhum gesto para reduzir ministérios e demitir os milhares de companheiros que se acomodaram na máquina do governo. Nem tem a mínima ideia de por onde começar a cortar os gastos oficiais. O PT apenas defende os pobres, mas se dedica radicalmente a ampliar a própria riqueza.
Leio que numa recente reunião, no mesmo tom militar, o PT afirmou que estava diante de uma campanha de cerco e aniquilamento. Simples assim: estavam marchando pela floresta e, repente, os adversários armaram um cerco de vários anéis. Jamais se perguntam como entraram nessa enrascada. Lula se diz o brasileiro mais indignado com a corrupção que ele mesmo comandou, ao montar o esquema político na Petrobras.
Já não são muitos os que levam Lula ao pé da letra. Alguns petistas bem-intencionados falam que a saída é voltar às origens. No passado, quando nos estrepávamos, sempre surgia alguém dizendo: “Precisamos voltar às origens, reler Marx”.
É uma saída com tintas religiosas. Muitas novas seitas surgiram assim: é preciso reler a Bíblia e dar a ela uma verdadeira interpretação.
Não há livro que salve quando não se examina nem se assume em profundidade os erros cometidos. A história não se explica com categorias religiosas, por mais respeitáveis que sejam os impulsos místicos.
A chamada volta às origens criaria apenas o PT do reino de Deus, o PT dos últimos dias, o PT quadrangular.
Por: Fernando Gabeira, Jornalista.
O toma Lá, Dá Cá!
O ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou nesta sexta-feira (13), em depoimento à Justiça Federal do Paraná, que, durante o período em que ele atuou no alto escalão da estatal, nenhum executivo alcançava um cargo na diretoria sem “dar algo em troca” a partidos políticos.
Não se chega ou não se chegava a diretor da Petrobras sem apoio político. Nenhum partido dá apoio político só pelos belos olhos daquela pessoa ou pela capacidade técnica. “Sempre tem que ter alguma coisa em troca”, disse o ex-dirigente.
A declaração foi dada quando o juiz perguntou se o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró também recebia propina para viabilizar contratos entre a estatal e empresas estrangeiras. Ao responder, Costa ponderou que, dentro da companhia, comentava-se que Cerveró também recebia suborno para facilitar as contratações de seu setor.
“O que se comentava é que na diretoria internacional, que tinha apoio do PMDB e do PT, esses partidos teriam alguns benefícios. Pelos comentários internamente [o diretor Cerveró] também recebia [pagamentos]”, observou Paulo Roberto Costa.
Ao juiz federal, o ex-diretor voltou a dizer que recebeu US$ 1,5 milhão em propina para não criar entraves à compra da refinaria de Pasadena, no Texas, negócio sob suspeita de superfaturamento. Sem citar nomes, ele afirmou acreditar que outros diretores também receberam dinheiro. “Se eu recebi, possivelmente outros diretores receberam. Porque que somente eu receberia?”, questionou.
Investigado pela Polícia Federal (PF) na Operação Lava Jato, Costa fez acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal e tem colaborado com informações sobre o esquema de corrupção na petroleira.
Compra superfaturada
Em 2006, a Petrobras pagou US$ 360 milhões por 50% da refinaria (US$ 190 milhões pelos papéis e US$ 170 milhões pelo petróleo que estava em Pasadena). O valor é muito superior ao que foi pago um ano antes pela belga Astra Oil pela refinaria inteira: US$ 42,5 milhões.
Em 2008, a Petrobras e a Astra Oil se desentenderam, e uma decisão judicial obrigou a estatal brasileira a comprar a parte que pertencia à empresa belga. Assim, a aquisição da refinaria de Pasadena acabou custando US$ 1,18 bilhão à petroleira nacional, mais de 27 vezes o que a Astra teve de desembolsar.
Fonte: G1
Isto Posto… Sobre Norte e Sul
O que resta de escolha a quem vive subjugado numa prisão sem muros senão optar entre a aflição do corpo e a servidão da consciência?
O Brasil precisa – e os novos tempos exigem – que os postulantes aos cargos republicanos como o de Presidente da República mantenham uma postura de respeito para com os representados, comportando-se de maneira civilizada, evitando deixar um legado de ódio após a campanha se se contentarem em seguir cegamente as ordens de marqueteiros inescrupulosos e deletérios que mediante o ganho de somas expressivas de dinheiro colocam palavras na boca dos candidatos, transformando-os em meros fantoches ludibriados pelo desejo insano de poder.
Então, depois de findo o processo eleitoral, com a vitória legítima e reconhecida nas urnas do governo sobre seu opositor, a fim de apaziguar os ânimos, ainda mais quando já bastante acirrados pela postura maniqueísta e irresponsável adotada durante a campanha, ao conduzirem a disputa como se fosse uma batalha campal do “bem contra o mal, de nós contra eles, dos pobres do norte contra os afortunados do sul”, é dever dos ex-candidatos Dilma e Aécio, pelos cargos que ocupam de presidente e senador da república, vir à público e juntos conclamarem à nação ao arrefecimento dos espíritos antes que tragédias maiores se concretizem, descambando para violência real os ataques verbais virulentos veiculados até então pelas redes sociais.
Pois, não se pode permitir que a disputa se prolongue com ataques desmedidos e impensados de uma parte da população contra a outra. Muito menos culpar aqueles que acreditando na viabilidade de certo projeto de governança se saíram vitoriosos nas urnas porque a proposta que abraçaram tivera mais votos em determinada região, se confirmando como proposta mais agregadora que a do adversário.
Assim, parece salutar à manutenção e fortalecimento da democracia, Dilma e Aécio convocarem urgentemente uma coletiva de imprensa para dizerem ao povo brasileiro que, encerrada a corrida eleitoral, o ódio político devem ser posto de lado e todos trabalharem pelo progresso do país, sendo de responsabilidade da presidente eleita a execução de suas promessas de campanha e do candidato vencido a fiscalização dos atos do governo.
Por: Adão Lima de Souza
Isto Posto: A velha cantilena dos corruptos e corruptores.
O eleitor brasileiro tem duas modalidades desportivas prediletas. A primeira é taxar de ladrão todo e qualquer político. A segunda é eleger todo e qualquer político ladrão. Desde a redemocratização que o tema da corrupção é recorrente nas campanhas eleitorais dos três poderes, nas três esferas federativas.
Já em 1989, quando a disputa era entre o Lula do PT e o Collor das elites o que mais se aventava eram os milhões desviados dos cofres públicos pelos malfeitores alocados nas entranhas da administração pública, enquanto hospitais e escolas viviam em petição de miséria.
Hoje, um quarto de século depois, ainda com hospitais e escolas vivendo em petição de miséria, sendo a disputa entre o PT do Lula e o PSDB das elites, o velho tema da roubalheira se afirma como mote principal das campanhas eleitorais, convidando o eleitor para uma partida amistosa do esporte que tanto lhe apraz.
Isso me faz rememorar tempos recentes no Senado Federal em que, do alto de sua importância de senador, o baiano Antônio Carlos Magalhães e o paraense Jader Barbalho, então atual e ex-presidente desta distinta e dispendiosa casa legislativa, elegantemente, um após o outro, pediam “vênia” e lascavam um “Vossa Excelência é um ladrão”, sendo retrucado com um “ladrão é Vossa Excelência” e, assim, minimizavam a recíproca falta de ética.
As eleições deste ano trouxeram para o centro do debate esse mesmo discurso amigável entre os candidatos, principalmente, os presidenciáveis que não se cansam de retribuir o carinho adversário com um “o seu partido também é corrupto”, numa mútua tentativa de relativizar o dever de probidade no trato do dinheiro do contribuinte.
Deste modo, mais uma vez caro eleitor, não se trata, assim como nunca se tratou no passado, de se escolher entre projetos de governança, entre avanço ou retrocesso nas conquistas sociais, mas sim, de nos submetermos ao capricho de políticos desonestos, sequiosos pelo poder a qualquer custo e pelo fácil locupletamento, usando como régua para mensurá-los não a retidão de caráter e, sim, o grau menor de reincidência no crime de “lesa-sociedade”.
E, por parte desta tragédia moral, nós eleitores devemos nos proclamar culpados. Porque – é preciso reiterar – pior que um rei corrupto e perverso é o súdito que o idolatra e o apoia. Tal como temos feito ao votar em políticos sabidamente corruptos. O que torna claro que não há vítimas, mas sim, cúmplices.
É inegável que em qualquer sociedade há corruptos e homens probos. O que é inaceitável é que nunca haja punição adequada para os desvios de caráter e quebra de confiança por parte de quem foi escolhido para gerir os interesses sociais. Ainda que a reprimenda seja simplesmente o dizer não por meio do ato de votar, mandando para o ostracismo aqueles que infringiram os imperativos éticos, já que nossas frágeis instituições são ainda capitanias hereditárias.
Isto posto, como dizia Sun Tzu “o verdadeiro método, quando se tem pessoas sob as nossas ordens, consiste em utilizar o avaro e o tolo, o sábio e o corajoso, dando a cada um a responsabilidade adequada.
Então caro eleitor “inocente”, que tal aprender uma modalidade desportiva nova como, por exemplo, cobrar decência a quem lhe conquistou um voto de confiança.
Adão Lima de Souza
O INTERESSE DO POVO NA FARSA ELEITORAL
Debates vazios de público e coalhados de hipocrisia, cabos eleitorais pagos para segurar bandeiras, avalanches de propaganda para tentar engabelar as massas com fraseologia vazia sobre saúde, educação e segurança e a apresentação de obras de fachada.
Tudo isso para tentar cacifar o podre e desacreditado processo eleitoral. O que é intencionalmente escondido pelas pesquisas encomendadas pelos eleitoreiros e monopólios é o número crescente de brasileiros que boicotam as eleições, não votando, anulando o voto ou votando em branco.
Nas últimas eleições o boicote ultrapassou os 35 milhões de pessoas, número também crescente e assustador para as classes dominantes nos últimos pleitos em países da América Latina e da Europa.
Desde que Marina Silva aportou no circo eleitoral na condição de cabeça de chapa para a gerência do velho Estado semifeudal e semicolonial brasileiro um novo truque eleitoreiro tomou conta das campanhas para presidente.
Já acostumados a empreender a farsa eleitoral sempre com caráter plebiscitário, PT e PSDB tentam se adaptar a um terceiro candidato com condições de rivalizar e, inclusive, segundo as mais recentes pesquisas de “intenção de voto”, de ganhar as eleições no segundo turno.
Marina chegou a essa posição através de duas manobras: primeiro, posando como viúva de Eduardo Campos e surfando na comoção de sua trágica morte, conseguindo capitalizar ao máximo tudo que isso poderia lhe render de dividendos. Segundo, e mais importante, conseguindo orientar o debate para além da dicotomia PT/PSDB, com um tão ensebado quanto falso discurso de “nova política”.
Cinicamente, Marina, com sua performance de Madre Tereza de Calcutá com fins lucrativos, tenta se apropriar do espírito das jornadas de protesto popular de junho/julho de 2013, se fazendo de tonta e tentando convencer de que ela é o que as ruas pediram, sendo sua “REDE” o protótipo de organização política dos que rechaçam a representatividade atual.
Recordem-se que Dilma fez algo bem ao estilo em julho do ano passado, ao dizer que “ouvia as ruas” e propondo coisas que nada tinham a ver com as reivindicações do povo em revolta. O que fez mesmo foi incrementar a repressão mais selvagem sobre as manifestações e sob o berreiro reacionário de sempre do monopólio de imprensa tachou os jovens combatentes de “arruaceiros” e “vândalos”, lançando diretivas aos aparelhos policiais e do judiciário para a cruzada de “caça às bruxas”.
Mas Marina nada tem de novo. Pelo contrário, ela representa o que há de mais velho e carcomido na política eleitoreira brasileira e nenhum véu novinho em folha pode disfarçá-lo. Seu histórico de ligação com as maiores ONGs ambientalistas estrangeiras bancadas pelas grandes corporações e governos do USA e UE qualificam-na e avalizam-na também a gerenciar o velho Estado, em nome do imperialismo, principalmente ianque.
Assim como Dilma e Aécio, Marina, como primeira medida, afirmou o apoio incondicional ao latifúndio de fachada nova, o “agronegócio”, praticamente o único setor econômico importante do país desde que retornaram o Brasil à condição de mero exportador de commodities.
Atarantados, Dilma, Aécio e seus correligionários passaram a atacar Marina subterraneamente por sua religiosidade. Se é verdade que ela é neopentecostal fundamentalista, não é menos verdade que Aécio não se furta de posar com altos executivos de qualquer igreja e que Dilma não pensa duas vezes em comparecer a inaugurações de templos suntuosos de adoração à época remota do escravismo e a declarar em eventos do estilo que “feliz é a nação cujo deus é o senhor”.
Concretamente, na gerência do velho Estado, nem PT nem PSDB jamais se atreveram a confrontar os interesses do Vaticano ou da chamada “bancada evangélica”.
Atacam ainda Marina por ter em seu staff banqueiros e economistas “neoliberais”, bem como de ter sido uma péssima ministra. E se nada disso é novo, também não é diferente dos demais principais candidatos. Como pode Dilma acusar Marina de ser assessorada pelo economista de Collor, se a própria Dilma tem entre os corifeus de sua base aliada o próprio Collor. Se Marina é apoiada pelo banco Itaú, no governo do PT os banqueiros têm lucrado “como nunca na história desse país”.
Tudo isso só atesta o avançado estado de decomposição em que está mergulhado todo o edifício estatal brasileiro e seu sistema político de governo, expressos tão bem nesta ciranda de mentiras, cinismo, corrupção e horror que é o processo eleitoral e seus parlamentos. Nada novo pode surgir desse sistema putrefato que só existe para garantir os interesses do imperialismo e das classes dominantes locais de grandes burgueses e latifundiários.
E, em vão, tentam as frações do Partido Único faturar sobre a revolta popular do último ano. O rechaço às bandeiras das agremiações eleitoreiras nos protestos é algo mais que um modismo apolítico que sociólogos burocratas a soldo e a politicalha parasita preferem crer. Muito além disto, representa uma verdadeira elevação da consciência política das massas populares, que aos poucos vão se libertando das chantagens eleitoreiras e das apelações demagógicas deste ou daquele postulante a cargo eletivo.
O rechaço às eleições está nas ruas, em todos os lugares. O boicote à farsa eleitoral se anuncia grande. E nem Marina com seu velho conto de “nova política” pode detê-lo em seu crescente contágio.
Fonte: A Nova Democracia
ELEIÇÕES: Os princípios, os fins, os meios
Princípios? Deixa pra lá. Beto Albuquerque, ligado ao agronegócio, é vice de Marina, que prefere a floresta como ela é. E ambos estão no Partido Socialista de Paulo Bornhausen, da mais tradicional oligarquia catarinense, para quem até há pouco a palavra “socialista” era usada apenas como xingamento.
Dilma, que considera Fidel Castro um personagem quase tão importante quanto Lula, que foi presa e torturada pela ditadura, está aliada a José Sarney, que foi presidente do partido de apoio à ditadura e que só tem em comum com Fidel Castro a predileção por um tipo de roupa – a farda, até há algum tempo, para um; o fardão, até hoje, para outro.
Aécio, o pragmático, que herdou do avô Tancredo a aversão às ideologias, tem como vice um ex-guerrilheiro comunista, ligado a seu adversário Serra – de quem agora gosta, mas preferiria bem-passado e com maçã na boca.
Há três bons motivos pelos quais os candidatos esquecem seus princípios: primeiro, porque nunca foram assim tão radicais; segundo, porque os fins a que se propõem (defesa do bem e combate ao mal, apoio à saúde e rejeição à doença, e outras platitudes) são tão importantes para o país que os princípios, tadinhos, têm de ser flexibilizados.
O terceiro motivo é o mais importante: para fazer campanha à vontade, gastando o que for preciso, é necessário obter os meios. Pela abundância de meios, políticos fazem boi voar e passarinho devorar o gato. Para eles, fora do poder não há salvação (embora sempre deem um jeito de salvar-se).
Para nós, cidadãos, estando eles dentro ou fora do poder, salvação não haverá.
Fonte: Escrito por Magno Martins no seu blog.