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Quem é que vai pagar por isso? – Eduardo Campos prevê gastos de R$ 150 milhões com campanha
O ex-governador de Pernambuco e candidato à Presidência da República, Eduardo Campos (PSB), prevê gastos na ordem de R$ 150 milhões para o primeiro turno da disputa eleitoral. O valor é 32% maior ao teto estipulado quatro anos atrás pela campanha presidencial de Marina Silva, sua vice. Na época, Marina era filiada ao PV e previa gastos de R$ 90 milhões (R$ 114 milhões atualizados).
“Faremos um esforço para que a arrecadação chegue próximo disso (o teto estipulado), mas lamentavelmente é um valor muito alto, um custo absurdo, o que evidencia uma deformação da democracia”, disse Carlos Siqueira ao jornal Folha de S. Paulo desta quinta. Siqueira é coordenador da campanha de Campos.
A Copa de Lula e Dilma?
A dupla Lula e Dilma tem feito um esforço grandioso para convencer o povo brasileiro de que o sucesso da copa se deve a atuação “inquestionável” de um governo, cujo projeto de poder dá sinais fortíssimos de que começou a ruir, uma vez que a inflação retorna com força e o trabalhador, sentindo mais fortemente os efeitos de uma economia estagnada sinaliza com o desejo de mudança.
Buscando uma tábua de salvação, a presidente Dilma tenta colar sua imagem na boa repercussão do mundial, para em caso de conquista do hexacampeonato pela seleção brasileira colher os dividendos políticos como sempre se fez nesse País de memória fraca e condescendência inesgotável com a má conduta política, desde Juscelino, passando por Médice, durante os anos de chumbo do “Brasil, ame-o ou deixe-o” até FHC e as cambalhotas do Vampeta.
Lula e Dilma, ao tentar monopolizar e politizar o evento consegue, na verdade, apenas subestimar a inteligência do trabalhador brasileiro, acreditando que o resultado das eleições de outubro depende do desempenho da seleção. Nisso, creem erroneamente que o povo brasileiro seria tão estúpido ao ponto de negligenciar temas mais relevantes como saúde, educação, segurança e geração de emprego pelo ufanismo imbecilizante de mais uma copa que somada às outras cinco nada representou de avanço para a construção de um país melhor, com mais oportunidade e respeito real mundo a fora.
A sensação que tem o trabalhador hoje sobre a condução da economia pelo governo do PT depõe contra a pretensão desmedida de Lula e Dilma permanecerem trinta anos no poder. Pois sendo do trabalhador o sacrifício maior em arcar com um modelo esgotado de governança, este, ao sentir dispararem os preços nas prateleiras de supermercado, certamente pensará em recorrer ao candidato que melhor simbolize uma mudança de rumo.
Porém, os três nomes que se destacam – Aécio, Dilma e Eduardo – nenhum apresentou um projeto confiável para oportunizar a mudança almejada. A atual presidente repete o tempo todo que vai fazer mais, o Aécio que fará mais e melhor, enquanto o Eduardo alardeia que vai fazer diferente.
Resta, no entanto, algum desavisado pergunta-lhes o que de fato farão mais, melhor ou diferente.
Quanto a Copa, esta começou sendo do povo, pelas palavras de Lula em 2007, recentemente ele disse, em virtude dos xingamentos à Dilma, que era um espetáculo para os ricos já que eram os únicos com dinheiro para bancar os caríssimos ingressos, agora não cansa de dizer que a copa é dele e de Dilma.
Para mim nunca restou a menor dúvida de que a copa sempre foi da FIFA, a única que lucrou de verdade.
Por: Adão Lima de Souza
LULA quer discutir corrupção
Depois de atribuir à elite os xingamentos direcionados à presidente Dilma Rousseff na abertura da Copa do Mundo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu na noite desta quarta-feira (25), pela primeira vez em público, que o PT pode ter culpa por não ter “cuidado com carinho” da insatisfação de parte da população. “Aqueles palavrões me cheirou a coisa organizada.
O preconceito, a raiva demonstrada, possivelmente a gente tenha culpa. Eu vou repetir, talvez a gente tenha culpa de não ter cuidado disso com carinho”, afirmou Lula em entrevista ao SBT. O ex-presidente completou dizendo que o PT precisa discutir a corrupção em suas campanhas eleitorais. “O PT não pode fazer uma campanha sem discutir o tema da corrupção.
Não podemos fazer como avestruz, enfiar a cabeça na areia e falar que esse tema não é nosso. Nós temos que debater”. As declarações vão ao encontro da fala do ministro Gilberto Carvalho que, na semana passada, foi criticado por correligionários ao defender que o PT comete um “erro de diagnóstico” ao alimentar a “ilusão” de que “o povo pensa que está tudo bem”. Na entrevista, Lula defendeu a presidente Dilma Rousseff, disse que sabe da sua representatividade e prometeu usar toda a sua “força política” para reeleger sua sucessora.
Na opinião dele, “a melhor candidata para o Brasil”. “Acho que ela vai fazer um segundo mandato extraordinário, vai acontecer mais ou menos o que aconteceu comigo”, disse. Questionado sobre um possível desempenho inferior de Dilma na comparação com seu mandato, Lula ressaltou as dificuldades encontradas pela presidente. “Nós tivemos uma crise econômica mundial.
Se compararmos o Brasil de 2014 com o de 2010 você fala: estávamos crescendo a 7,5% e estamos crescendo a 2%. Mas não tem que comparar com 2010, tem que comparar é com 2002. Como é que a gente (PT) pegou esse País? Porque é um processo, um projeto de construção que está em vigor neste País.”, afirmou o ex-presidente.
Possibilidade de perder no Rio preocupa Dilma
Uma das maiores preocupações do PT é a eleição da presidente Dilma no Rio. Há consenso de que não será um passeio, como em 2010, porque o tucano Aécio Neves terá desempenho bem superior ao de José Serra há quatro anos.
”A equipe de campanha de Dilma chegou a pensar em montar comitês suprapartidários no Rio, com apoio de empresários e intelectuais. Como o cenário não é favorável, a ideia foi descartada para acompanharem o Estado mais de perto”.
Somado a isso, a cidade do Rio de Janeiro foi palco das maiores truculências do governo contra a população. Desocupações e expropriações de casas e comércios para as obras da Copa se deram com índices alarmantes de violência policial sob o comando do governo do estado com o apoio de Dilma.
A lista do PT: Os nove Malditos da Imprensa
Colunista Demétrio Magnoli rebate o texto de Alberto Cantalice, vice-presidente do PT, publicado no site do partido, de que colunistas disseminam o ódio contra o PT, ao ousarem criticar as realizações do governo petista.
Leia o texto do sociólogo:
Lula só pensa naquilo. Diante das vaias (normais no ambiente dos estádios) e dos xingamentos (deploráveis em qualquer ambiente) a Dilma Rousseff na abertura da Copa, o presidente de facto construiu uma narrativa política balizada pela disputa eleitoral. A “elite branca” e a “mídia”, explicou, difundem “o ódio” contra a presidente-candidata. Os conteúdos dessa narrativa têm o potencial de provocar ferimentos profundos numa convivência democrática que se esgarça desde a campanha de ataques sistemáticos ao STF deflagrada pelo PT.
O partido que ocupa o governo decidiu, oficialmente, produzir uma lista de “inimigos da pátria”. É um passo típico de tiranos – e uma confissão de aversão pelo debate público inerente às democracias. Está lá, no site do PT, com a data de 16 de junho (). O artigo assinado por Alberto Cantalice, vice-presidente do partido, acusa “os setores elitistas albergados na grande mídia” de “desgastar o governo federal e a imagem do Brasil no exterior” e enumera nove “inimigos da pátria” – entre os quais este colunista. Nas escassas 335 palavras da acusação, o representante do PT não cita frase alguma dos acusados: a intenção não é provar um argumento, mas difundir uma palavra de ordem. Cortem-lhes as cabeças!, conclama o texto hidrófobo. O que fariam os Cantalices sem as limitações impostas pelas instituições da democracia?
O artigo do PT é uma peça digna de caluniadores que se querem inimputáveis. Ali, entre outras mentiras, está escrito que os nove malditos “estimulam setores reacionários e exclusivistas a maldizer os pobres e sua presença cada vez maior nos aeroportos, nos shoppings e nos restaurantes”. Não há, claro, uma única prova textual do crime de incitação ao ódio social. Sem qualquer sutileza, Cantalice convida seus seguidores a caçar os “inimigos da pátria” nas ruas. Comporta-se como um miliciano (ainda) sem milícia.
Os nove malditos quase nada têm em comum. Politicamente, mais discordam que concordam entre si. A lista do PT orienta-se apenas por um critério: a identificação de vozes públicas (mais ou menos) notórias de críticos do governo federal. O alvo óbvio é a imprensa independente, na moldura de uma campanha de reeleição comandada pelo ex-ministro Franklin Martins, o arauto-mor do “controle social da mídia”. A personificação dos “inimigos da pátria” é um truque circunstancial: os nomes podem sempre variar, ao sabor das conveniências.
O truque já foi testado uma vez, na campanha contra o STF, que personificou na figura de Joaquim Barbosa o ataque à independência do Poder Judiciário. Eles gostariam de governar outro país – sem leis, sem juízes e sem o direito à divergência.
Cortem-lhes a cabeça! A palavra de ordem emana do partido que forma o núcleo do governo. Ela está dirigida, imediatamente, aos veículos de comunicação que publicam artigos ou difundem comentários dos “inimigos da pátria”. A mensagem direta é esta: “Nós temos as chaves da publicidade da administração direta e das empresas estatais; cassem a palavra dos nove malditos”.
A mensagem indireta tem maior amplitude: no cenário de uma campanha eleitoral tingida de perigos, trata-se de intimidar os jornais, os jornalistas e os analistas políticos: “Vocês podem ser os próximos”, sussurra o persuasivo porta-voz do presidente de facto.
No auge de sua popularidade, Lula foi apupado nos Jogos Pan-Americanos de 2007. Dilma foi vaiada na Copa das Confederações. As vaias na abertura da Copa do Mundo estavam escritas nas estrelas, mesmo se o governo não experimentasse elevados índices de rejeição. O governo sabia que viriam, tanto que operou (desastrosamente) para esconder a presidente-candidata dos olhos do público.
Mas, na acusação desvairada de Cantalice, os nove malditos figuram como causa original da hostilidade da plateia do Itaquerão contra Dilma! O ditador egípcio Hosni Mubarak atribuiu a revolução popular que o destronou a “potências estrangeiras”. Vladimir Putin disse que o dedo de Washington mobilizou 1 milhão de ucranianos para derrubar o governo cleptocrático de Viktor Yanukovich. O PT bate o recorde universal do ridículo quando culpa nove comentaristas pela recepção hostil a Dilma.
Quanto aos xingamentos, o exemplo nasce em casa. Lula qualificou o então presidente José Sarney como “ladrão” e, dias atrás, disse que FHC “comprou” a reeleição (uma acusação que, nos oito anos do Planalto, jamais levou à Justiça). O que gritaria o presidente de facto no anonimato da multidão de um estádio?
Na TV Estadão, critiquei o candidato presidencial José Serra por pregar, na hora da proclamação do triunfo eleitoral de Dilma Rousseff, a “resistência” na “trincheira democrática”. A presidente eleita, disse na ocasião, é a presidente de todos os brasileiros – inclusive dos que nela não votaram. Dois anos mais tarde, escrevi uma coluna intitulada “O PT não é uma quadrilha” para enfatizar que “o PT é a representação partidária de uma parcela significativa dos cidadãos brasileiros” e fazer o seguinte alerta às oposições: “Na democracia, não se acusa um dos principais partidos políticos do país de ser uma quadrilha”.
A diferença crucial que me separa dos Cantalices do PT não se encontra em nossas opiniões sobre cotas raciais, “conselhos participativos” ou Copa do Mundo. Nós divergimos, essencialmente, sobre o valor da liberdade política e da convivência democrática.
Se, de fato, como sugere o texto acusatório do PT, o que mais importa é a “imagem do país no exterior”, o “inimigo da pátria” chama-se Cantalice. Nem mesmo os black blocs, as violências policiais ou a corrupção sistemática são piores para a imagem de uma democracia que uma “lista negra” semioficial de críticos do governo.
Demétrio Magnoli é sociólogo.
IBOPE: DILMA TEM 39%, AÉCIO 21% E CAMPOS 10%
O Ibope divulgou, neste feriado de Corpus Christi, seus novos números para a sucessão presidencial:
– Dilma Rousseff (PT): 39%
– Aécio Neves (PSDB): 21%
– Eduardo Campos (PSB): 10%
– Pastor Everaldo (PSC): 3%
– Magno Malta (PR): 2%
– José Maria (PSTU): 1%
– Outros com menos de 1%: 3%
– Brancos e nulos: 13%
– Não sabe/não respondeu: 8%
A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-00171/2014 e foram entrevistados 2002 eleitores. A soma dos adversários de Dilma representa 40% dos eleitores – o que aponta para a possibilidade de segundo turno. No entanto, o instituto incluiu entre os candidatos o senador Magno Malta (PR-ES), cujo partido pode apoiar a presidente Dilma.
Em relação à pesquisa anterior do Ibope, de 10 de junho, praticamente não houve mudanças. No levantamento da semana passada, Dilma teve 38%, seguida de Aécio com 22% e Campos com 13%. Ou seja: só o pernambucano oscilou fora da margem de erro.
Órgão que repatria dinheiro desviado recuperou menos que gastou
Órgão federal criado para buscar a recuperação de dinheiro enviado para o exterior só conseguiu repatriar R$ 34,2 milhões. O problema é que, em dez anos de existência, o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) já gastou R$ 41 milhões com a implantação de sua rede de laboratórios de tecnologia.
E os gastos com a instituição podem ser ainda maiores, já que a Secretaria Nacional de Justiça, do Ministério da Justiça – ao qual o DRCI é vinculado – não revela quantos servidores atuam no setor nem seu orçamento.
Para o secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, a dificuldade para repatriar recursos ilícitos é resultado da morosidade da Justiça. Segundo ele, o sistema de recursos judiciais no país impede que processos cheguem ao fim, e a conclusão das ações é a exigência mais comum dos outros países antes de autorizar o envio de dinheiro de volta ao Brasil.
Mas Abrão defende que o departamento não pode ser avaliado apenas pelo volume de recursos que consegue recuperar para o Brasil, já que o DRCI também repatria bens culturais e históricos, como obras de arte.
O PSTU lança a candidatura de Zé Maria à Presidência da República
O PSTU oficializou a candidatura de José Maria de Almeida, Zé Maria, à Presidência da República, em convenção nacional ocorrida neste sábado (14), no auditório do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo, na zona norte da cidade.
A professora e assistente social Cláudia Durans é vice em sua chapa. “Queremos mudança. É preciso que o Brasil tenha um governo que tenha coragem de romper com banqueiros e as grandes empresas. Para fazer com que a riqueza e os recursos que o nosso país têm possam garantir saúde, educação, moradia, transporte coletivo, reforma agrária e aposentadoria, ou seja, vida digna para o povo brasileiro”, afirmou ele, que lembrou as manifestações realizadas no ano passado.
“Desde junho do ano passado, nós tivemos centenas de milhares de trabalhadores e jovens nas ruas protestando contra o sucateamento do serviço público, a degradação das condições de vida das pessoas. O PSTU vai levar para a campanha eleitoral uma expressão dessas exigências de junho, de mudança no país de forma que nosso povo possa ter uma vida digna”, discursou.
Zé Maria foi candidato à Presidência da legenda em 1998, 2002 e 2010.
Futebol e Política
O futebol no Brasil sempre teve uma relação íntima com a política e foi utilizado em grande medida durante a ditadura militar (1964-1985) para configurar o ufanismo de uma nação construída por negros, índios, portugueses, e tantas outras nacionalidades. A construção da identidade foi questionada na época pelos intelectuais, que entendiam que torcer pelo Brasil era torcer por um regime com o qual discordavam. Tanto foi assim que o meia Zico não compôs o time olímpico em 1972 nem a seleção em 1974, justamente pelo histórico opositor de seu irmão, o centroavante do Fluminense, Fernando Antunes Coimbra, que contou sua versão dos fatos recentemente em uma mesa redonda no Museu da Resistência, em São Paulo.
Um esporte de origem amadora que conseguiu superar as barreiras elitistas de berço para cair no gosto popular era o instrumento ideal para agregar e unir pessoas em torno de um ideal comum: conquistar a Copa do Mundo. O campeonato foi usado também pelos governos de Juscelino Kubitschek e João Goulart, que se aproveitaram das situações favoráveis da seleção de 1958 e 1962, com os memoráveis Pelé e Garrincha no elenco.
“É por isso que dizemos Brasil ao invés de seleção brasileira. É como se o país estivesse em campo”, explica Flávio de Campos, coordenador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Sobre Futebol da Universidade de São Paulo.
O fato de o evento ser realizado no Brasil fez com que todos os problemas nacionais se evidenciassem – e não somente para os brasileiros. A agenda esportiva está vinculada à política desde 2007, ano em que o Brasil soube que seria a sede da Copa. E o futebol, neste caso, dramatiza todos esses conflitos sociais. “A tendência é que este mau humor dos movimentos populares, dessa mobilização social que é também uma desmobilização torcedora, seja ampliado” até o final da Copa, afirma Campos.
A metáfora de um time de futebol, formado muitas vezes por jogadores de origem humilde, pode ser a metáfora de um Brasil que também está chutando a bola para superar a pobreza – e todos os demais problemas.